M&A em 2025: Os Fatores que Vão Aumentar (ou Reduzir) o Valor das Empresas Portuguesas
- eunicemarques3
- 2 days ago
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Updated: 1 day ago

A valorização das empresas em processos de M&A está a entrar numa nova fase. O mercado português enfrenta um contexto híbrido: maior seletividade dos investidores, pressão sobre margens, aumento da exigência na due diligence e, ao mesmo tempo, liquidez disponível e procura ativa por ativos com qualidade.
Em 2025, a diferença entre empresas que valorizam e empresas que perdem múltiplos será determinada por fatores concretos, mensuráveis e, sobretudo, preparados com antecedência. Este artigo sintetiza os elementos que vão condicionar o valuation das empresas portuguesas no próximo ano — e como os gestores podem posicionar-se para maximizar valor.
1. Crescimento Real e Sustentável: o Driver Nº1 de Valuation
Nos últimos anos, os múltiplos atribuídos a empresas com crescimento previsível e recorrente aumentaram de forma consistente. Em 2025, esta tendência reforça-se.
O que os investidores vão privilegiar:
crescimento anual composto (CAGR) consistente
previsibilidade e qualidade das receitas
pipelines sólidos e documentados
churn controlado e baixa volatilidade
O que reduz valor:
crescimento dependente de poucos clientes
expansão sem margem
receitas não recorrentes
ciclos comerciais longos e imprevisíveis
Empresas que mostram aceleração clara, com métricas bem documentadas, captam múltiplos acima da média.
2. Robustez Financeira e Qualidade dos Resultados
A disciplina financeira será decisiva. Investidores querem demonstrações financeiras sólidas, normalizadas e com métricas transparentes.
Impactam positivamente o valor:
margem EBITDA saudável e sustentável
melhoria do cash flow operacional
demonstrações financeiras limpas, sem ajustes significativos
controlo de custos e eficiência operacional
contas organizadas para due diligence (sem “surpresas”)
Red flags que diminuem múltiplos:
dependência excessiva do fundador para decisões financeiras
contabilização inconsistente
ausência de reconciliações claras
dívida de curto prazo elevada
falta de previsões financeiras credíveis
Empresas bem organizadas financeiramente aumentam probabilidade de fechar deals e captam mais interesse.
3. Diversificação Comercial e Redução de Risco de Concentração
A concentração de receitas será uma variável crítica em 2025.
Melhora valuation:
base de clientes diversificada
receitas cross-selling e upselling documentadas
contratos de longo prazo
Reduz valuation:
um cliente representar >25–30% da faturação
dependência de um canal/fornecedor
renovações não garantidas
A exposição ao risco comercial é um dos elementos mais penalizadores. Muitas empresas só se apercebem disto na due diligence.
4. Equipa de Gestão Independente e Capacidade de Execução
O mercado está a penalizar empresas excessivamente dependentes do fundador. Investidores querem equipas capazes de manter operação e crescer sem microgestão.
Criadores de valor:
governance estruturado
reporting regular
organogramas claros
processos documentados
liderança com responsabilidades bem distribuídas
Distruidores de valor:
founder dependency
ausência de segunda linha
decisões centralizadas e não documentadas
Uma empresa preparada profissionalmente evidencia menor risco operacional.
5. Processos, Tecnologia e Eficiência Operacional
A capacidade de operar com eficiência é central em 2025. Investidores avaliam processos tanto quanto avaliam números.
Aumenta múltiplos:
processos mapeados e padronizados
automação (financeira, operacional e comercial)
utilização de CRM e dados fiáveis
métricas de produtividade por área
sistemas integrados
Reduz múltiplos:
processos manuais
falta de dados fiáveis
ineficiência estrutural
investimento tecnológico inadequado
Eficiência operacional pode representar 10–20% de melhoria no valuation final.
6. Setores que Vão Atrair Prémio em Portugal
Com base nos investidores ativos em Portugal e nas tendências internacionais, os setores que poderão obter prémio em 2025 incluem:
Saúde e serviços especializados
Educação (modelos escaláveis e com track record)
Serviços B2B com receitas recorrentes
Tecnologias aplicadas (software, data, automação)
Energia e clima (clean tech, eficiência energética)
Logística e serviços integrados
Nichos de indústria altamente especializados
Estes setores beneficiam de drivers estruturais de crescimento — e investidores estão preparados para pagar por isso.
7. Preparação Prévia: o Fator Mais Subestimado (e o Mais Crítico)
Empresas que iniciam conversas de M&A sem preparação são, quase sempre, penalizadas.
Preparar previamente permite:
corrigir fragilidades antes da due diligence
normalizar resultados
consolidar processos
ajustar governance
reforçar compliance e mitigação de riscos
apresentar a empresa de forma estratégica e credível
A preparação pode aumentar o valuation entre 15% e 40% em operações middle-market.
8. Expectativas dos Investidores em 2025
Os investidores estão mais seletivos. Em 2025 vão procurar:
crescimento previsível
equipas profissionais
margens saudáveis
modelo escalável
ambiente regulatório estável
risco mitigado
capacidade de gerar cash flow
clareza estratégica
E vão penalizar:
empresas sem números fiáveis
expectativas irreais de preço
falta de alinhamento entre acionistas
processos internos frágeis
ausência de plano estratégico
A diferença entre fechar ou não uma operação estará na capacidade de demonstrar valor com dados, rigor e preparação.
2025 Não Será um Ano para Improvisos — Será um Ano para Estratégia
O valuation das empresas portuguesas em 2025 será determinado por fatores que podem ser trabalhados agora: organização financeira, crescimento, eficiência, equipa de gestão, mitigação de riscos e maturidade operacional.
As empresas que se preparam cedo entram no mercado com confiança, controlam a narrativa e captam investidores melhores — a múltiplos superiores.
As que deixam para o último momento perdem valor que dificilmente recuperam.
Como a Fingeste Pode Apoiar
A Fingeste acompanha empresas na preparação estratégica para M&A, garantindo:
organização financeira e normalização de resultados
estruturação de governance e reporting
mapeamento de riscos e mitigação
definição de plano de valorização
preparação de materiais e data room
gestão completa do processo de M&A




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